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Atual campeão de Colorado quase encerrou sua carreira na mesma arena um ano antes

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Por muito pouco, Nilton Batista, de Guzolândia (SP) não encerrou a carreira após apresentação assustadora em 2018 na arena de Colorado.

Em março de 2018, Nilton Batista, havia acabado de entrar no Circuito Rancho Primavera, havia ganho uma etapa e, surgia como mais um grande nome. Sozinho no carro viajou até Colorado, um local que não era estanho para Nilton, ele esteve em 2006, na primeira etapa da PBR, no Brasil, que foi realizada em Colorado.

Nilton como todo competidor, trazia na bagagem a esperança de montar bem, ganhar o rodeio, mas tudo durou apenas poucos segundos

Em uma saída quase perfeita, Rei da Safra, da Cia Tercio Miranda, puxou Nilton para a cabeça, seu capacete foi de encontro com o chifre do touro.

Foi uma cena assustadora e, conversando com Nilton, um ano depois foi muito mais assustadora do que eu e você possa imaginar

“Minha família veio me buscar, fiquei dois dias no hospital e, quando eu estava voltando para casa, meu pensamento era parar de montar” Relembra sobre o acidente “Eu fiquei muito assustado, eu estava feliz, de ter sorteado o Rei da Safra, era um excelente animal, ele vinha dando condições de parada aos competidores, mas ele me surpreendeu, me assustou e parar era o que tinha em mente”

A pancada rendeu a Nilton um clavícula quebrada e meses parado, conversando com seu pai, achou que era hora de parar e, seu pai concordou.

Naquele momento, começava um drama, muito maior que a clavícula quebrada. Um dia depois, Nilton estava em seu sitio, com uma mão apenas, tirando leite de uma vaca para tomar e gritou seu pai:  “Vamos tomar leite!”

Na sequência seu pai fez um gesto estranho e passou mal, começava ali uma clico mais doloroso da vida de Nilton, o câncer de seu pai.

“Foi um momento muito confuso e sofrido. Entendo hoje que o acidente em Colorado, foi um tempo para eu ficar mais com meu pai, mas na época não entendia” lembra

Com a ideia de parar aprovada por seu pai, isso ficava mais nítido para Nilton, que tentava de toda maneira, agradar o pai, estar próximo, tentar ajudar, mas nem tudo se resolvia como queria.

Sua contusão passou, e seu pai não tocou mais no assunto de o filho parar de montar, ele, Nilton conversou com o pai e ele não se opôs mais, deixou Nilton livre e, seu pai, ai invés de colocar obstáculos, ficou feliz e, vendo que seu pai estava feliz, começou a montar para deixar o pai feliz.

“Observe como são as coisas, eu comecei a montar para deixar meu pai feliz, eu ganhei quatro rodeios no CRP, uma COPA e foi o revelação do ano” Relembra “Era muito difícil ir para as etapas, eu passava lá e via meu pai fraco, dava vontade de não ir, foi uma época muito difícil”

Nilton perdeu seu pai no final do ano, de 2018

Um ano depois, Nilton fazia o mesmo trajeto para Colorado, desta vez, com seu amigo Fernando Henrique Novais.

Desta vez não havia esperança, e sim medo. Isso mesmo, Nilton estava com medo, não queria estar naquela arena do acidente

“Eugênio, eu estava tão sem vontade de ir para Colorado, que se o Rogério Paitl me falasse, que não daria certo eu montar eu ficaria feliz. Se ele falasse que precisava de algum competidor na etapa na outra etapa, eu seria o primeiro a me candidatar, eu não queria vir, ainda bem que o Fernando veio comigo”

“Eu falei para ele, que o campeão de Colorado estava dentro do carro” Disse Fernando Novais “Eu vi que ele estava muito tenso, tentei como amigo dar o apoio de sempre”

O rodeio começou, mas a agonia, o incômodo de Nilton não parava

“Eu me sentia mal, andava agoniado, no fundo dos bretes, venci o primeiro touro, mas nada mudou” Lembra sobre o fundo de brete “Só quando eu venci o segundo touro, que eu me tranquilizei, daí em diante, eu me concentrei no que tinha que fazer”

Na segunda noite Nilton Bastista venceu o round montando ‘Impressionante’ da Cia Tercio Miranda e, quando entrou liderando na final, nos bastidores, se comentava que ele iria pegar o mesmo touro na escolha de animais, era o que ‘nós’ pensávamos.

 

Ele veio e escolheu “Doce Amargo” e explicou o motivo.

“Eu poderia montar no Impressionante, mas eu perderia o rodeio se eu fizesse isso, a diferença era muito pouca (1,25), se eu não fosse no Doce Amargo, o Rafael de Brito iria, se inverter as notas, você pode ver que eu perderia o rodeio” Explica “Esse touro foi criado perto de minha casa, eu o conheço desde pequeno vi ele pular muitas vezes, havia montado nele uma vez. Sei também que em Paranapuã, ele cortou a roda, mas não pensei nisso, só me concentrei que ele viria para a direita e assim aconteceu e consegui vencer”

“É a primeira vitória minha depois que meu pai faleceu, eu gostaria de dar essa notícia que ganhei Colorado para ele, mas sei que de onde ele está, ele está feliz, então eu fico feliz também” Explica “É um rodeio que todo mundo quer ganhar, é uma realização pessoal e profissional muito grande, agradeço a Deus por essa oportunidade de ser Campeão de Colorado”

by M2Wart